Esta foi uma história igual a todas as outras que vivi. Começou comigo pagando mico e terminou com meu papel de tolo.
Eu precisava reaprender a estar só. Foram seis anos com a Érica e nem um minuto para absorver a separação. Logo era apartamento para encontrar, mudança para fazer, móveis e eletrodomésticos para comprar — um caos!
Ainda tive azar na entrega da máquina de lavar e fiquei no limbo da roupa suja. O jeito foi procurar uma lavanderia aqui perto. Encontrei uma dessas de autosserviço a algumas quadras do apartamento e fui até lá na quinta à noite, porque na sexta já não teria mais uma única camisa limpa para dar aula.
Um branco hospitalar cobria a lavanderia do piso ao teto. Felizmente, o lugar estava vazio e ninguém viu eu colocar a roupa suja na secadora antes de ler as instruções. Troquei pela lavadora e, aparentemente, fiz tudo certo dessa vez.
Aproveitei a espera para adiantar a leitura do Câmara Cascudo. A ideia de que jamais saberemos com certeza o sabor das comidas que nossos antepassados preparavam vinha me perseguindo há algum tempo. Talvez isso rendesse um artigo.
De repente, ela estava lá. Sentada à minha frente, na parede oposta, essa mulher estonteante mexia no celular, ocupada com a música nos fones de ouvido. Já eu não conseguia mais prestar atenção no livro; cada vez que baixava a cabeça, meus olhos buscavam a desconhecida por instinto, querendo conhecê-la. Não fossem os fones, teria puxado assunto com ela. Imediatamente, senti culpa por ter cogitado isso. Não deveria estar em luto de relacionamento?
Recolhi minhas roupas com pressa quando a máquina parou e estava quase escapando daquele brilho ofuscante até ouvir atrás de mim:
— Espere!
Meu coração palpitou. A mulher me olhava com um sorriso radiante.
— Você esqueceu a cueca — disse enquanto apontava para o chão à frente da secadora que eu havia usado.
Não lembro se agradeci ou não de tanta vergonha que senti naquele momento. Sei que catei a cueca branca camuflada na brancura do piso e sumi dali o quanto antes. Caminhei apressado até o apartamento, com ganas de me esconder da mulher, mesmo que já estivesse a algumas quadras de distância.
Só percebi que ainda segurava a cueca na mão quando precisei pegar a chave da porta. Torci para que estivesse ao menos limpa. Cheirei-a; estava suja. Que burro!
Ele tinha cara de inteligente, mas óculos redondos de safado. Essa foi a primeira coisa que me chamou a atenção. Nem me viu chegar. Estava concentrado no livro, com aquele jeito de quem trata você como deusa na rua, e no quarto gosta de foder por trás contra a parede, puxando seu cabelo pela raiz para não machucar e chamando de cadela.
Tentei tirar uma foto dele para mandar no grupo. A Ana ia pirar, ela adora chupar esses tipos intelectuais. Mas, justo quando apontei o celular, ele olhou para mim. Disfarcei. Melhor assim, queria que fosse todo meu.
Lavar roupas nunca é divertido. Já foi muito pior, é claro. Essas lavanderias quebram um galho e tanto. Por quanto tempo precisei tirar manchas de sangue à mão? São coisas do passado, ainda bem!
Hoje em dia, aproveito as noites de quinta-feira para ouvir podcasts enquanto lavo as roupas. Bela invenção, esses podcasts! Preciso saber como as pessoas pensam e falam e não falta gente querendo falar o que pensa.
Voltando ao meu flerte da lavanderia, não há ninguém mais indiscreto que um homem tentando olhar você discretamente. A cena já era cômica, e a cereja do bolo foi reparar na cueca no chão. Quase gargalhei enquanto o avisava. Se quisesse segurá-lo, essa seria a hora. Então, ele ficou envergonhado, de rosto vermelho-vivo, uma coisinha tão pura que não tive coragem de agir. Apenas o deixei ir embora.
*
Outra semana e nada da máquina chegar. Não que pensasse sem parar na possibilidade de voltar à lavanderia na quinta, ao mesmo horário. Se, por um acaso, a mulher estivesse lá; se, talvez, o assunto da cueca viesse à tona; se, quem sabe, começássemos a conversar por causa disso, eu não teria culpa alguma pelo que acontecesse a partir daí.
Lá estava, esperando, já desiludido, abandonado à companhia de Câmara Cascudo e do zum-zum da lavadora. Então, ouço a porta da lavanderia abrir. Segurei a respiração, aguardando quem quer que fosse entrar no meu campo de vista para saber se… Era ela! A mulher da semana passada!
Continuei fingindo interesse pela leitura. Por cima das páginas, espiei a desconhecida tirar um livro da bolsa, de novo à minha frente, mas dessa vez sem fones de ouvido. Será que ela?...
Ensaiei toda a ação na minha cabeça. Assim que a lavadora parasse, eu colocaria as roupas na secadora, me viraria e, na passagem, olharia casualmente para ela e perguntaria sobre a leitura. Era um bom plano. A máquina apitou, levantei, troquei as peças de equipamento e estava prestes a me virar quando ouvi:
— Não esqueça a cueca.
— Quê?
— Não esqueça a cueca.
— Ah, desta vez não vou esquecer, obrigado! E desculpe pela outra noite. Dá para ver que nunca fiz isso antes?
— Imaginei. Mas não tem o que desculpar. Não é sempre que rio lavando as roupas.
— Então… O que está lendo?
— Sobre os ossos dos mortos. É divertido. E você?
— História da alimentação no Brasil. Não é fascinante a ideia de que jamais teremos certeza dos sabores que nossos antepassados provavam?
— Hm… O sabor não era tão diferente, mas tudo cheirava a merda.
— Como sabe?
— Digo, se eu vivesse sem esgoto ou chuveiro e todo mundo andasse a cavalo, comer seria um exercício de abstração, não acha?
— Nunca havia pensado nisso. Como é mesmo seu nome?
— Lenora.
— Lenora… Soa tão…
— Se disser “velha”, vou colocar uma peça vermelha na sua máquina e você terá cuecas rosa daqui para a frente.
— Ia dizer “literária”.
— Esperto… E qual é o seu?
— Antônio.
— Agora, isso sim é nome de velho! — e o riso dela calou as máquinas e meus pensamentos.
Ela se deliciava com esse jeito de me colocar contra a parede, sem querer agradar e, ao mesmo tempo, irresistível. Não tive culpa pelo que aconteceu a partir daí.
*
Para mim, era mais uma quinta-feira normal. Primeiro, as roupas; depois, me alimentar, quando houvesse menos movimento na rua. Mas, se encontrasse novamente aquele cara, comprei um livro para deixar na bolsa. Um bando de gente morria, segundo a sinopse. Achei a ideia divertida.
Lá estava ele, esperando, fingindo interesse em uma leitura qualquer. Coloquei as roupas na máquina e tirei meu livro à mostra. Estava me sentindo uma predadora fazendo isso, sabia que era uma questão de tempo até ele morder a isca. Só que a mordida não vinha. O bonito já colocava as cuecas para secar e nada de falar comigo. Tive de tomar a iniciativa, ou temia ser obrigada a ler, de fato, meu livro.
Conversa para lá, conversa para cá, convidei-o para um vinho aqui em casa. É claro que não tinha vinho nem esse era o objetivo do convite.
Fazia séculos que não me divertia tanto com alguém. Ele parecia realmente interessado por mim e não somente por foder comigo, embora tenha me fodido e refodido. Talvez por isso o deixei sair com meu número de telefone. Afinal, como ia negar? Gozar me torna meio sentimental.
*
Bastou uma transa para esquecer Érica. Mas não foi qualquer transa.
Antes de conhecer minha ex, sempre me sentia mais deprimido que de costume passado o calor do momento. Não queria ficar de conversa ou de conchinha, só queria ficar no meu canto, sozinho e quieto. Levei algum tempo até gostar dela após o sexo.
Com Lenora, foi algo imediato. Digo mais, meu primeiro desejo depois de transar com ela foi transar de novo. Tudo nela me atraía.
Mandei mensagem para ela ao meio-dia. Se lhe escrevesse logo de manhã, pareceria desesperado. Inventei de perguntar o título do livro que achava divertido, enquanto queria saber mesmo quando poderíamos nos reencontrar.
Olhei o telefone a cada intervalo de aula, esperando uma resposta. Do outro lado, silêncio absoluto. Pensei que havia me dado o número errado para despistar e nunca mais nos veríamos. Até que chegou a notificação ao cair da noite. Ela pediu desculpas pela demora, porque tinha a agenda cheia durante o dia, mas poderia me emprestar o livro na quinta à noite, se eu estivesse a fim.
*
Prefiro trazer os homens para casa. Na deles, não sei se têm cachorros bravos, câmeras secretas, espelhos no teto ou, muito frequentemente, vivem em um chiqueiro. Certa vez, um sujeito de uns quarenta anos me levou para o apartamento da mãe dele, com a senhora no quarto ao lado. Nunca quis tanto matar alguém como naquele momento!
Aqui não é um palácio, é claro, mas funciona para mim. Meus convidados nem reparam na falta de comida ou de alguns móveis. Tendo um copo d’água e uma mulher pelada, para os homens está ótimo.
Antônio foi o primeiro a notar que não havia espelho no banheiro. Menti que estava quebrado e eu precisava comprar um novo. Nisso ele me contou que esperava há semanas a entrega de uma máquina de lavar e tive a certeza de que minha compra teria o mesmo problema.
*
Para ser honesto, não pretendia entrar em um relacionamento logo depois de ter saído de um namoro de seis anos. Minha falta de compromisso foi justamente o motivo do término. Morava com a Érica porque era mais econômico, mas nunca quis que fôssemos além de namorados. Ela cansou de esperar eu me sentir pronto para casar e ter filhos e foi atrás da felicidade que almejava.
Contei para amigos em uma roda de bar sobre meus encontros com Lenora e eles festejaram por mim. Uma gostosa que só queria transar? Era ganhar na loteria!
Ainda assim, quanto menos Lenora estava disposta a me oferecer, mais queria dela. Talvez tivesse até ciúmes. Eu era o cara das quintas; então, quem seria o das terças ou dos sábados?
Mas não queria lavar mais essa roupa suja com ela e perder nossas noites juntos. Isso até me motivou, de certa forma. Se não fosse o único, seria o melhor, o que a faria gozar mais. Só gostaria de que pudéssemos comer algo antes do sexo. Toda vez que nos encontrávamos, saía de lá com fome.
*
Sempre estava morta de fome com Antônio. Precisava me conter para não mordê-lo muito forte durante a foda. Nossos encontros foram se tornando mais longos, mais intensos, e a hora de comer ficava mais distante a cada quinta-feira.
Humanos são meus preferidos, e também mais complicados de resolver depois. A vizinhança, cedo ou tarde, repara que há algo errado. Quando o assunto chega à polícia, é hora de me mudar. Ter poucos móveis facilita bastante essa questão logística.
Outros animais são mais frequentes no cardápio. Ninguém se importa quando some um cachorro ou gato de rua. O problema é que enchem a boca de pelo.
De qualquer forma, às quintas-feiras, isso ficava para depois. Nessas noites, ter Antônio dentro de mim era um prazer me doía duplamente: primeiro, o vazio no estômago, logo, a dor na consciência por entender que tinha ainda mais fome de estar com ele. Eu me sentia viva novamente e sabia o quanto essa ilusão poderia ser perigosa.
*
Conversávamos sem palavras em muitos encontros. Nossa língua era a do sexo. Assim, na cama, Lenora me contou tudo que precisava saber dela:
gostava de beijos lentos;
gostava de dois dedos durante o oral;
gostava de que apertasse seus mamilos até certo ponto;
gostava de cavalgar de costas, porque estimulava o clitóris;
gostava de que metesse com força;
gostava de que eu demorasse para gozar;
gostava de me ouvir gemer;
gostava de lambidas em sua orelha esquerda, não na direita;
gostava de me arranhar e, principalmente, de morder.
Enquanto isso, eu tinha uma máquina de lavar que sequer tirei da caixa porque me sentia mais vivo nas noites com Lenora, mesmo que se abrisse para mim somente com o corpo.
*
Antônio estava mais triste a cada semana. De vez em quando, ele sugeria um lugar para irmos:
um restaurante;
o apartamento dele;
o bar com os amigos;
um parque;
uma exposição;
uma praia;
Ouro Preto;
outro restaurante.
Eu desconversava e Antônio se calava. Então, ele encontrava os caminhos do meu corpo, o único mapa que poderíamos percorrer juntos.
Entristeci também. Quanto mais prazer ele me dava, mais distante eu me via da satisfação plena. E entristeci, sobretudo, pelo silêncio. Calei de todos, dele e de mim mesma esse vazio que crescia. Queria tanto explicar para ele que não poderia viver o amor… Queria tanto explicar que não poderia viver… Queria tanto explicar…
*
Aquela noite foi diferente de todas as outras. Não sei como explicar, mas Lenora me pareceu mais verdadeira. Era como se a máscara estivesse prestes a cair e eu pudesse espiar quem estava por trás.
Transamos devagar e longamente, olhos nos olhos, coração na boca. Depois, ela se deitou ao meu lado, mansa, com a cabeça no meu peito. Não me importei que assim me cobrisse de suor. Enquanto alisava seu cabelo no escuro, adormeci sem querer.
Levantei surpreso já de manhã. Lenora ainda dormia. Abri a cortina pesada e o sol mais lindo encheu o quarto. Então, à luz do dia, vi como tudo ali era tão vermelho — as roupas de cama, o papel de parede, a própria cortina.
Lenora despertou. Apenas falei que havia amanhecido e ela começou a gritar “NÃO! NÃO! NÃO!” com raiva. Mandou fechar a cortina. Fechei. Mandou que fosse embora. Fui.
*
É verdade quando dizem que até o homem mais gentil tentará matar você. É claro, Antônio não tinha como saber.
Aquela noite foi diferente. Eu não queria só senti-lo dentro de mim, queria que ele entrasse na minha vida. Acho que Antônio percebeu minha vulnerabilidade e me fodeu olhando nos olhos, com calma, como se aquela fosse nossa última noite, ou a primeira do resto de nossa história.
No fim, foi uma fodinha triste. Tão triste que tive vontade de chorar. Afundei no peito dele para que não percebesse minhas lágrimas. Ao mesmo tempo, e isso foi uma novidade para mim, me senti mais leve por ser frágil com a única pessoa em todo o mundo que poderia acolher minha fragilidade. Essa leveza me embalou até o sono.
Acordei com uma claridade sufocante no quarto. Antônio me olhava na frente da janela aberta. O sol já esquentava a cama. Não sei o que ele disse, só tive tempo de me enrolar completamente nas cobertas e pedir com a maior gentileza possível que fechasse a cortina. Meu estômago doía, eu quase havia morrido e ainda precisava me livrar do cara que quase me matou. A sorte é que ele foi embora rápido, pois não sei o que teria feito do contrário.
Mastiguei aquela fome e aquela raiva o dia inteiro, sem conseguir pregar os olhos de novo ou sair de casa. Foi então que decidi dar um basta.
*
Lenora mandou uma mensagem na terça seguinte, depois de eu ter pedido desculpas para ela diversas vezes nos últimos dias, sem qualquer resposta. Explicou que havia terminado um relacionamento há pouco tempo, daí a fase descompromissada em que estava. Mas o ex reapareceu na vida dela, pedindo para voltar. Essa foi a razão de estar abalada na quinta. Depois de muita conversa, decidiram reatar. Ela me agradeceu pela companhia e disse que se divertiu comigo. Inclusive, se eu quisesse ter uma noite de despedida pelos bons momentos que passamos juntos, poderia encontrá-la na lavanderia uma última vez. Achei tudo aquilo uma lição cruel do destino e jurei para mim mesmo que não iria.
*
Antônio chegou tarde na quinta-feira. Reparei que não trazia senão as roupas do corpo. Contou que já tinha instalado a máquina de lavar. Sinceramente, achei que ele não aceitaria me ver. Aquela desculpa esfarrapada do ex deve ter ferido o ego dele. Também achei que não o procuraria, mas, no fundo, precisava levar de nós uma lembrança melhor do que a daquela manhã. Nos séculos que teria pela frente, queria me lembrar de Antônio com amor, não com raiva.
Viemos para casa em silêncio e começamos a nos beijar, tentando superar a barreira invisível entre nós. Era inútil. Nus na cama, abraçados tanto à melancolia quanto a nós mesmos, tudo que nos restava era dizer adeus.
Tomei a iniciativa mais uma vez:
— Acho que está na hora de ir…
Ele sentou na beira da cama, olhando para o chão, calado. Levantei e fui ao banheiro para lhe dar espaço. No caminho, ainda fiz o papel de tola ao brincar:
— Não esqueça a cueca.
Antônio sorriu sem ânimo. Quando saí do banheiro, ele já havia partido. Deitei sobre o calor dele retido nos lençóis e chorei até a cama ficar fria. Depois, precisava me alimentar.
E aí, gostou? Comente se gostaria de uma versão mais longa de não esqueça a cueca ou de ver essa história em filme/série.
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playlícia
Você pode ter uma fodinha triste como a de Lenora e Antônio no conforto do seu lar. Tudo que precisa é tocar esta playlist e mandar ver. 🔥
vi por aí
A
dará a aula Para gostar de poesia no dia 6/5/25. Mais informações no Instagram dela.- escreveu de uma forma bonita e educativa sobre a música negra norte-americana. E fiquei com mais vontade de ver Pecadores no cinema quando soube que a música afro-americana tem um papel central na história.
A versão cinematográfica de Lenora teria como tema uma versão triste de Girls Just Want to Have Fun. Aliás, sabia que o hit feminista de 1983 foi composto anos antes por Robert Hazard, sob a perspectiva masculina?
Antônio adoraria ler lambendo quadros no museu.
Virei fã do canal Almost Friday TV, no YouTube. É uma mistura de comédia e horror à la Jordan Peele, com produção de alto nível. Lembrando o próprio Peele: “A diferença entre a comédia e o horror é a música”. Recomendo especialmente not in front of the babysitter e Every Airbnb Commercial.
A Aione Simões inovou no pré-lançamento de A Filha Ideal, com direito a uma música original do livro indo parar no Spotify (cantada pela autora). Baita orgulho!
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Um abraço do Chris
Estava aqui ansiosa pra ler esse depois da prévia pelos stories, e adorei! Foi uma delícia de ler (sem trocadilhos), e uma delícia ver as brincadeiras com palavras (e trocadilhos), além do easter egg no universo das Newslenta (acho que você já tem material o suficiente pra inclusive fazer mais vezes, vai ser ótimo encontrar aqui)!
Por fim, obrigada demais à menção nas recomendações, que grata surpresa ❤️
rapaz, li como se tivesse assistindo um curta metragem. foda!